terça-feira, 16 de abril de 2019

Notredame em chamas. Oculi Dei traz um pouco da história daquela imensa beleza parisiense em estilo gótico



O dia de ontem foi de tristeza e desolação em Paris. Franceses e turistas assistiram atônitos mais um desfecho chocante, a Catedral de Notre Dame sendo grande parte destruída pelas chamas. 
De acordo com informações da imprensa internacional, O fogo foi relatado primeiro por usuários em redes sociais. Não está claro ainda o que o causou, mas ele pode estar relacionado a uma obra que vinha sendo feita no telhado. A emissora France 2 disse que a polícia está tratando o caso como um acidente.
A polícia isolou a área e retirou os turistas que estavam dentro da catedral. O acesso à Île de la Cité, onde fica a Notre-Dame, foi completamente fechado.
Contudo, sabemos que a Europa vive há anos, clima de terror, devido aos atentados terroristas que vem sofrendo, e a França já foi palco de diversos ataques dessa natureza. 
Mas, a equipe do Oculi Dei quer mesmo saber um pouco da história daquela imensa estrutura arquitetônica, cuja beleza encanta a todos que por ela já passaram e adentraram em suas dependências.



Vamos lá!
A Catedral de Notre-Dame de Paris "Catedral de Nossa Senhora de Paris") é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico. Iniciada sua construção no ano de 1163, é dedicada à Virgem Maria, mãe de Jesus, e situa-se na Île de la Cité em Paris, rodeada pelas águas do rio Sena.
A catedral surge intimamente ligada à ideia de gótico no seu esplendor, ao efeito claro das necessidades e aspirações da alta sociedade, a uma nova abordagem da catedral como edifício de contacto e ascensão espiritual.
O local da catedral contava já, antes da construção do edifício, com um sólido historial relativo ao culto religioso. Os celtas teriam aqui celebrado as suas cerimônias onde, mais tarde, os romanos erigiriam um templo de devoção ao deus Júpiter. Também neste local existiria uma das primeiras igrejas do cristianismo de Paris, a Basílica de Saint-Etienne, projetada por Quildeberto I por volta de 528 d.C. Em substituição desta obra surge uma igreja românica que permanecerá até 1163, quando se dá o impulso na construção da catedral.
Já em 1160, e em resultado da ascensão centralizadora de Alemanha, o bispo Maurice de Sully considera a presente igreja pouco digna dos novos valores e manda-a demolir. O gótico inicial, com as suas inovações técnicas que permitem formas até então impossíveis, é a resposta à demanda de um novo conceito de prestígio no domínio citadino. Durante o reinado de Luís VII, e sob o seu apoio (visto o monarca central ter também no século XII um poder crescente), este projecto é abençoado financeiramente por todas as classes sociais com interesse na criação do símbolo do seu novo poder. Assim, e tendo em conta a grandeza do projeto, o programa seguiu velozmente e sem interrupções que pudessem ocorrer por falta de meios econômicos (algo comum, na época, em construções de grande envergadura).
A construção inicia-se em 1163 reflectindo alguns traços condutores da Catedral de Saint Denis, subsistindo ainda dúvidas quando à identidade de quem terá "colocado" a primeira pedra, o Bispo Maurice de Sully ou o Papa Alexandre III. Ao longo do processo (a construção, incluindo modificações, durou até sensivelmente meados do século XIV) foram vários os arquitectos que participaram no projecto, esclarecendo este factor as diferenças estilísticas presentes no edifício.
Em 1182 presta já o coro serviços religiosos e, na transição entre os séculos, está a nave terminada. No início do século XIII arrancam as obras da fachada oeste com as suas duas torres estendendo-se a meados do mesmo século. Os braços do transepto (de orientação norte-sul) são trabalhados de 1250 a 1267 com supervisão de Jean de Chelles e Pierre de Montreuil. Simultaneamente levantam-se outras catedrais ao seu redor num estilo mais avançado do gótico; a Catedral de Chartres, a Catedral de Reims e a Catedral de Amiens.
A catedral foi, nos finais do século XVII, durante o reinado de Luís XIV, palco de alterações substanciais principalmente na zona este, em que túmulos e vitrais foram destruídos para substituir por elementos mais ao gosto do estilo artístico da época, o Barroco.

Em 1793, no decorrer da Revolução francesa e sob o Culto da Razão, mais elementos da catedral foram destruídos e muitos dos seus tesouros roubados, acabando o espaço em si por servir de armazém para alimentos.

Com o florescer da época romântica, outros olhares são lançados à catedral e a filosofia vira-se para o passado, enaltecendo e mistificando numa aura poética e etérea a história de outras épocas e a sua expressão artística. Sob esta nova luz do pensamento é iniciado um programa de restauro da catedral em 1844, liderado pelos arquitectos Eugene Viollet-le-Duc e Jean-Baptiste-Antoine Lassus, que se estendeu por vinte e três anos.
Em 1871, com a curta ascensão da Comuna de Paris, a catedral torna-se novamente pano de fundo a turbulências sociais, durante as quais se crê ter sido quase incendiada.
Em 1965, em consequência de escavações para a construção de um parque subterrâneo na praça da catedral, foram descobertas catacumbas que revelaram ruínas romanas, da catedral merovíngia do século VI e de habitações medievais.
Já mais próximo da atualidade, em 1991, foi iniciado outro projecto de restauro e manutenção da catedral que, embora previsto para durar dez anos, se prolonga além do prazo.
Em 15 de abril de 2019, a catedral foi atingida por um violento incêndio, que destruiu a espira e a cobertura do templo.
Durante o espírito do romantismo, Victor Hugo escreveu, em 1831, o romance “Notre-Dame de Paris”, O Corcunda de Notre-Dame. Situando os acontecimentos na catedral durante a Idade Média, a história trata de Quasimodo que se apaixona por uma cigana de nome Esmeralda. A ilustração poética do monumento abre portas a uma nova vontade de conhecimento da arquitectura do passado e, principalmente, da Catedral de Notre-Dame de Paris.
1:"And the cathedral was not only company for him, it was the universe; nay, more, it was Nature itself. He never dreamed that there were other hedgerows than the stained-glass windows in perpetual bloom; other shade than that of the stone foliage always budding, loaded with birds in the thickets of Saxon capitals; other mountains than the colossal towers of the church; or other oceans than Paris roaring at their feet".
"E a catedral não era só companhia para ele, era o universo; mais ainda, era a própria Natureza. Nunca sonhava que houvesse outras sebes que os vitrais em perpétua flor; outra sombra que a da folhagem de pedra sempre brotando, carregada de pássaros nos bosques de capitais saxões; outras montanhas do que as colossais torres da igreja; ou outros oceanos do que Paris rugindo aos seus pés.”
 
— Victor Hugo, Notre-Dame de Paris, 1831.
Momentos altos na catedral
1314 — Na ponta da ilha, onde hoje é a praça Verte-Galant, o último grão mestre templário, Jacques de Molay, após sete anos na prisão, juntamente com outros templários, foram executados queimados vivos na fogueira. O julgamento ocorreu na praça Paris em frente à catedral. Foram condenados pela igreja católica com ordem direta do Papa Clemente V, influenciado e pressionado pelo rei Filipe IV de França, que acusaram os templários de serem hereges, culpados de adoração ao demônio, homossexualidade, desrespeito à Santa Cruz, sodomia e outros comportamentos de blasfêmia.
1431 — Coroação de Henrique VI de Inglaterra durante a Guerra dos cem anos.
1804 — Coroação a 2 de Dezembro de Napoleão Bonaparte a imperador de França e sua mulher Josefina de Beauharnais a imperatriz, na presença do Papa Pio VII
1909 — Beatificação de Joana d'Arc.
2019 — Obras de restauro e um incêndio de grandes proporções.

O Oculi Dei fica por aqui, já agradecendo aos fieis internautas!
Até a próxima!

Equipe do Oculi Dei
Fonte: Wikipedia 

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