terça-feira, 23 de abril de 2019
Divindade? Anjo? Entidade? Demônio?
Baphomet, o Ser polêmico
O ocultismo tem seus mistérios e, embora a modernidade nos dê oportunidades de procurar saber mais, antes de achar o que é, por meio de alguma imagem ou até mesmo por algum filme, devemos nos perguntar 'o porquê' de estar ali representando algo ou algum sentido. É real? Se for, como aceitar?
Quem lida com o oculto procura todo o tempo estar bem informado, pois, saber o terreno onde pisa, faz parte da nossa vida, não é verdade?
Pois bem, hoje o Oculi Dei vai mostrar um pouco sobre um ser que assusta muita gente devido à figura pela qual o exibem. Seu nome? Baphomet, figura demoníaca com cabeça e pés de bode ou cabra, asas e tronco humano.
De acordo com nossas pesquisas, ele é para muitos, uma representação de Satanás, e segundo o escritor e ocultista francês,Eliphas Levi, cujas obras discutem diversos assuntos voltados à doutrina espírita e ao ocultismo em sua forma geral, responsável por desenhar a moderna forma do ser, argumenta que o nome deriva de uma codificação cabalística. "O nome do 'Templário Baphomet', que deve ser escrito cabalisticamente para trás, é composto por três abreviaturas: Tem. ohp. AB., Templi omnium hominum pacts abbas, o que poderia significar algo como o pai do templo da paz de todos os homens".
Templário? Como assim?
A história em torno do Baphomet foi intimamente relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV de França e com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem, pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja Católica.
A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão, em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo Graal dentre outros tesouros da tradição cristã.
Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens de Felipe, o Belo e com a conivência do Papa Clemente V, os cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira, acusados de diversas heresias.
O rei francês, nessa altura, acusava os templários de adorarem o diabo na figura que na realidade se chamava Baphomet. O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação da Ordem pela Igreja Católica e da morte de templários na fogueira que se seguiu a isto.
Talvez o que dissermos aqui decepcione, mas, Satã, Lúcifer e Baphomet não são as mesmas pessoas, ou os mesmos seres, "nem de longe", como disse, Marcos Costa, um jovem estudioso de filosofia e religião, notadamente, espiritualidade. Segundo suas pesquisas, Baphomet é uma grande colcha de retalhos simbólicos, filosóficos, históricos e religiosos. Uma representação gráfica elaborada pelo ocultista moderno Éliphas Levi (como dá pra ver abaixo das patas de bode o próprio nome do autor), um mago, escritor, pensador e filósofo do século XIX. Éliphas Levi é, na verdade, o codinome que Alphonse Louis Constant passou a usar para escrever sobre temas pouco ortodoxos.
A imagem do bode preto, de olhos estufados e cara de ódio, fora usado no filme "Arrasta-me para o Inferno", sob o nome de Lâmia, um demônio conhecido como devorador de crianças, cuja forma nada tem a ver com a de Baphomet.
Baphomet e os metaleiros
Em 2015, surgiu uma matéria falando sobre uma estátua da entidade que foi erguida no capitólio de Oklahoma, campanha, inclusive, do vocalista da banda Vital Remains, Brian Werner. Essa estátua acabou sendo impedida de ser inaugurada e erguida.
Na época em que se engajou na luta, Brian explicou: "Queríamos algo que não fosse flagrantemente ofensivo, algo que fosse familiar, algo convidativo. Nós também queríamos algo interativo. Ele tinha que ter significado histórico. Há duas cobras, onde a parte de trás se encontra com o assento da cadeira, você pode ver o símbolo em qualquer hospital do mundo. Esta estátua fala com a pluralidade, a liberdade de expressão, o multiculturalismo. Estes são os fundamentos principais do nosso sistema de crenças".
Pois bem, a estátua ganhou um "novo lar" em Detroit, tendo sido inaugurada na noite de sábado, 24 de julho do mesmo ano, durante cerimônia num prédio comercial próximo ao Rio Detroit, com a presença de centenas entusiastas que clamavam "Hail Satan" e orgulhosamente posavam para fotos.
No site dos organizadores do evento, a festa de inauguração foi anunciada como "uma noite de caos, ruídos e libertinagem", com entrada permitida somente para maiores de idade. Mas o local exato só foi informado via e-mail poucas horas antes, e a estátua, de 2.59 metros de altura, não pode ser vista por quem estiver passando na rua. (Veja no site https://whiplash.net/materias/news_801/227483-vitalremains.html)
A Imagem de Eliphas Levi
A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como vemos no início deste texto do site GnosisOnline, foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constant, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes. Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes.
Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares, o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados "positivos" das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados os "negativos".
Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade, enquanto no segundo a expiação e morte do Deus.
As inscrições SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do Hermafrodita de Khunrath, esses dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente. As inscrições são dois pólos que marcam o ciclo solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida.
Em seu livro está:
"O bode que é representado no nosso frontispício, traz na fronte o signo do pentagrama, com a ponta para cima, o que é suficiente para fazer dele um símbolo de luz; faz com as mãos o sinal do ocultismo, e mostra em cima a lua branca de Chesed e embaixo a lua preta de Geburah. Este sinal exprime o perfeito acordo da misericórdia com a justiça. Um dos seus braços é feminino, o outro é masculino, como no andrógino Khunrath, cujos atributos tivemos de reunir aos do nosso bode, pois que é um único e mesmo símbolo. O facho da inteligência que brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal; é também a figura da alma elevada acima da matéria, como a chama está presa ao facho. A cabeça horrenda do animal exprime o horror do pecado de que só o agente material, único responsável, deve para sempre sofrer a pena: porque a alma é impassível por sua própria natureza, e só chega a sofrer, materializando-se. O caduceu, que está em lugar do órgão gerador, representa a vida eterna; o ventre coberto de escamas é a água; o círculo que está em cima é a atmosfera; as penas que vem depois são o emblema do volátil; depois, a humanidade é representada pelos dois seios e os braços andróginos desta esfinge das ciências ocultas.
Eis dissipadas as trevas do santuário infernal, eis a esfinge dos terrores da Idade Média adivinhada e precipitada do seu trono; 'quomodo cecidisti, Lúcifer'? O terrível Baphomet não é mais, como todos os ídolos monstruosos, enigmas da ciência antiga e dos seus sonhos, senão um hieróglifo inocente e até piedoso."
Dogma e Ritual da Alta Magia, Ed. Pensamento
A essa propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico Basilides ainda no século II. A imagem do Baphomet de Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio Filosofal ou do Andrógino Primordial. Também de Eliphas Levi vem outra curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma cifrada de se dizer TEM OHP AB, uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum Pacis Abbas.
Como Nome Mágico de Aleister Crowley
Crowley usou este nome como motto na O.T.O. Durante seis anos ele tentou descobrir sua exata grafia. Ele sabia apenas que deveria ter 8 letras.
Uma suas parceiras mágicas, doutora em farmácia, especializada em análises patológicas e posteriormente perfumes, fumava ópio quando passou a ter visões, dizendo que "Um Feiticeiro" gostaria de falar com ele. Como Crowley insistiu em saber a identidade do "Feiticeiro". Como teste perguntou: "Se você possuia o conhecimento superior que declarara, então diga-me, como escreve-se Baphomet?" Como o a amiga não sabia nada de hebráico ou grego, ele achou que seria um bom teste. A entidade respondeu que deveria haver um "R" no final (BAFVMIThR, trocando Ayin por Vau, 6 em vez de 70). Crowley tinha duas teorias: de que seria uma variação do nome grego bafo methis, que significa o "batismo da sabedoria", ou que seria uma corruptela de Pai Mithras. A resposta batia com a segunda opção, cuja a soma resulta em 729, um número que nunca antes aparecera nos cálulos cabalísticos da Besta. Significava apenas o cubo de 9.
Baphomet era o Pai Mithras (por isso que os Templários deram esse nome ao ídolo), a rocha cúbica que ficava no canto do Templo.
Baphomet para G.O Mebes
G.O Mebes define Baphomet como o deus astral e como sendo o mesmo que Nahashe seu campo de atividade é a Humanidade Universal.
Segundo o autor, todos os globos são imantados por um turbilhão astral ao mesmo tempo involtivo e evolutiv e o turbilhão involutivo é Baphome pois ele inicia nos planos superiores e desce ao planos inferiores. O caminho para a Reintegração seria libertar-se das cadeias do astral inferior.
O autor explica a gravura apartir da representação do arcano xv do Taro de Marselha.
A figura sentada sobre um cubo, representa as quatro virtudes herméticas, sendo o portador dos simbolos dos quatro elementos. A figura está com as pernas cruzadas de modo que o casco direito está do lado esquerdo do globo sobre o qual se apóia; e o casco esquerdo está do lado direito do mesmo globo para representar o modo invertido como o não- Iniciado percebe o astral.
O Oculi Dei poderia passar horas, dias, falando sobre o polêmico ser Baphomet, mas vai ficando por aqui, já agradecendo aos seus fieis internautas.
Até a próxima postagem
Equipe do Oculi Dei
Fontes: Wikipedia/ Ocultura/Medium.com/Fatos Desconhecidos
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